Vila Nova da Baronia, inicialmente denominada Vila Nova de Alvito, sofreu ao longo dos tempos alterações no nome, tais como Vila Nova a par de Alvito, Vila Nova junto a Alvito ou Vila Nova junto a Viana. Estas designações mantiveram-se até ao séc. XVIII, altura em que tomou a designação final de Vila Nova da Baronia, por fazer parte do grande senhorio dos Barões de Alvito.
Data do séc. XIII a referência mais antiga a esta Vila, fundada em terras doadas pelo concelho de Évora ao Chanceler-Mor de D. Afonso III, Estevão Anes, em 1257, o qual as integrou no seu couto de Alvito.
Em 1279, e acompanhando os destinos de Alvito, é testada pelo Chanceler à Ordem da Santíssima Trindade de Santarém. Foi este mosteiro que lhe concedeu em 1280 o primeiro foral, documento que regula as relações entre senhores e indivíduos, estabelecendo obrigações e privilégios dos habitantes de uma determinada localidade.
Em 1283, e dada a polémica que surge entre os Trinitários e D. Dinis, os frades abandonam o senhorio, ficando somente com o padroado das Igrejas existentes e das que viessem a ser construídas. Desta forma, em 1284, juntamente com Alvito, Vila Nova volta aos domínios da coroa, sendo o foral confirmado pelo rei no ano de 1289.
No ano de 1315, D. Dinis entregou-a à sua sobrinha D. Isabel, permanecendo no senhorio desta família até 1368, altura em que D. Fernando a cedeu a D. João Afonso Tello. Somente com a crise de 1383-85 e com o afastamento dos nobres partidários de Espanha, volta à Coroa.
Durante o reinado de D. João I, no ano de 1387, Vila Nova da Baronia foi doada, conjuntamente com Alvito, a Diogo Lopes Lobo, mantendo-se nesta família até à extinção das donatarias.
Vila Nova da Baronia constituiu sede de Concelho com autonomia administrativa e judicial até 1836, sendo testemunho disso o Pelourinho que hoje centra a Praça da República. Nesse ano o concelho de Vila Nova da Baronia foi integrado no de Alvito, fazendo parte da Diocese e comarca de Évora, integrava a provedoria de Beja, enquanto a nível jurídico se encontrava dependente de Alvito.
Após a integração, várias tentativas foram feitas no sentido de se fazer a desanexação de Vila Nova da Baronia do concelho de Alvito. Assim, em 1869 procedeu-se a uma primeira tentativa, a qual, porém, não foi bem sucedida. Em 1871, volta a formar-se uma representação de moradores, sugerindo desta vez, a integração no concelho de Viana do Alentejo.
A Câmara de Alvito face a este procedimento protesta, justificando que"...se reconhecia que a anexação natural era esta. A vizinhança das localidades, as intimas relações entre os dois povos mostram bem claramente que aquela freguesia deve pertencer a este concelho." Acrescenta ainda que as freguesias devem permanecer juntas porque "Além disto a freguesia de Villa Nova da Baronia não pode, segundo o espírito do decreto de 15 de Abril de 1869 ser anexada ao Concelho de Vianna d'Alentejo. Desta annexação resultaria nem mais nem menos do que deminuição do distrito de Beja. Extinção d'este concelho e deminuição se não extinção da comarca de Cuba".
Admite-se a possibilidade de Vila Nova ter possuído Castelo, embora hoje não restem vestígios de obras de defesa.
A Vila foi igualmente detentora de Judiaria, situada na actual rua Prof. Egas Moniz, bem como de Mouraria.
Fonte: Plano de Pormenor de Salvaguarda e Valorização da Zona Antiga de Vila Nova da Baronia.
GTL de Vila Nova da Baronia - Maio de 2000