Nasceu no dia 4 de Novembro de 1920 na freguesia de Várzea da Ovelha e Aliviada, do município do Marco de Canaveses. Cresceu com seus pais e suas três irmãs mais velhas na Vila de Mesão Frio, onde fez a sua Instrução Primária. Continuando a sua formação académica, frequentou o Colégio de Ermesinde e os Seminários de Vilar e de Nossa Senhora da Conceição, da Diocese do Porto, concluindo o curso de Teologia no ano de 1945 e, mais tarde, a licenciatura em História, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Nesse mesmo ano, iniciou a sua actividade profissional, como professor, no Colégio Pedro Nunes, à Rua de Santa Catarina, da cidade do Porto. No ano seguinte, a convite dE Monsenhor Adriano Moreira Martins, pároco de Santo Ildefonso, vai exercer funções de chefia no Hospital Geral de Santo António, onde se manteve durante 30 anos. Casou em 1948 com Maria Fernanda dos Reis Magalhães, natural da Foz do Douro, de quem teve quatro filhos: José Eduardo, António Fernando, Maria Júlia e José Luís. Chega a Sobrosa em 1968, pelas mãos do pároco de então, P.e Manuel Pinto de Abreu, na busca de uma terra acolhedora onde pudesse repousar aos fins-de-semana, acabando, mais tarde, por se radicar nesta terra. Em 1976 regressa ao ensino, leccionando na Escola Comercial e Industrial de Penafiel, transitando, por extinção desta, para a Escola Secundária, onde se profissionalizou, entre 1981 e 1983. Em 1986 faz parte do quadro de professores efectivos da Escola Secundária de Paços de Ferreira, onde se mantém, até 1990, tendo de deixar o ensino oficial por limite de idade. A partir desta data, dedica-se à Escola Profissional Vértice, em Paços de Ferreira, da qual foi co-fundador, exercendo funções de Director Pedagógico até 2004. Posteriormente, leccionou a disciplina de História na Universidade Sénior da Profisousa, também em Paços de Ferreira. Politicamente, concorreu pelo CDS às segundas eleições autárquicas, em 16 de Dezembro de 1979, sendo eleito Presidente da Junta de Freguesia de Sobrosa, cargo que exerceu ao longo de 22 anos, tendo vencido 6 sufrágios, sempre com maioria absoluta. Com os Secretários José Machado Ribeiro de Pinho e José António Torres Neto, e com o Tesoureiro António da Silva Nogueira, desenvolveu um intenso trabalho aos mais variados níveis, destacando-se a construção do primeiro Jardim-de-Infância oficial do concelho de Paredes, a construção da Escola EB1 das Lages, a pavimentação de dezenas de arruamentos, a instalação de iluminação pública em toda a freguesia, a construção da Sede da Junta de Freguesia, a ampliação do Cemitério e a criação do brasão e bandeira da freguesia. Sendo por inerência Presidente da Obra de Assistência Social, transformou o velho Asilo num moderno Lar de Idosos, equipamento de referência, tendo criado as valências de Centro de Dia, Serviço de Apoio Domiciliário e Centro de Actividades de Tempos Livres. Recuperou a Casa da Eira e adquiriu diversas viaturas. Aproximou a população da instituição, através da realização de intercâmbios de gerações. A área social foi a sua grande paixão. Em 1980 fundou o Centro Cultural e Desportivo de Sobrosa, associação a que presidiu durante dez anos, tendo iniciado a construção do Complexo Desportivo de Sobrosa, com o Campo de Futebol e o Ringue. Neste âmbito, foi também fundador do Grupo Folclórico de Danças e Cantares, em 1987. Colaborou assiduamente com o Jornal de Sobrosa, através da rubrica “Conheça a sua terra”, em que o principal objectivo era dar a conhecer aos leitores a freguesia e o seu património. A compilação desses artigos deu origem à obra “Sobrosa – História e Património”, editado pelo referido jornal em dois volumes (2007 e 2013). O seu nome foi atribuído à rua que dá acesso ao antigo Jardim-de-Infância de Sobrosa. Em 2010, a Junta de Freguesia homenageou-o com a atribuição da Medalha de Honra da Freguesia de Sobrosa, o mais alto galardão da freguesia, tornando-o no primeiro cidadão honorário da Vila de Sobrosa. Nessa altura, foram proferidas estas palavras: “O Dr. José Pinto é um homem exemplar, grande em conhecimento e sabedoria, honesto em tudo o que faz e grato com todos. O seu carisma, a sua forma de ser e estar, delicada e educada como sempre se relacionou com todos, fez com que ganhasse amigos de todos os quadrantes. Homem de uma generosidade imensa. Homem de uma simplicidade única.” Identificava-se como filho adoptivo de Sobrosa, afirmando ser "terra apetecível e onde dá gosto viver, e à qual o prendem laços verdadeiramente filiais". Faleceu a 8 de Fevereiro de 2015, ficando sepultado em jazigo de família no Cemitério Paroquial de Sobrosa. O seu espólio documental foi doado à Freguesia de Sobrosa.
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